A Polícia Federal indiciou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e mais dois pela prática dos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
O indiciamento ocorre no âmbito eleitoral da Operação Lava Jato e tem como base delações premiadas de executivos do Grupo Odebrecht.
Segundo a PF, além da colaboração premiada, os investigadores usaram prova pericial nos sistemas de informática da Odebrecht, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas via Skype e telefônicas, além de análise de documentos indicando a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel.
Além de Alckmin, foram indiciados o ex-tesoureiro do PSDB Marcos Antônio Monteiro e o advogado Sebastião Eduardo Alves de Castro.
Em entrevista exclusiva à CNN, o ex-governador disse que quem tem vida pública precisa prestar contas. "Embora não tenha sequer sido ouvido, vou prestar contas", disse. "Não recebo um centavo de dinheiro público."
A CNN procurou as defesas de Monteiro e Castro e aguarda retorno.
Alckmin governou São Paulo de 2001 a 2006 e depois de 2011 e 2018.
Em nota, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Bruno Araújo, defendeu o tucano. "Governador quatro vezes de São Paulo, quase cinco décadas de vida pública, médico, Geraldo Alckmin sempre levou uma vida modesta e de dedicação ao serviço público. É uma referência de correção e retidão na vida pública. Tem toda a confiança do PSDB", disse o parlamentar.
A Odebrecht informou em nota que "a notícia de hoje se refere ao passado". "É o desdobramento judicial de fatos apontados ou reconhecidos há alguns anos pela própria Odebrecht. Desde os acordos firmados com as autoridades brasileiras e estrangeiras, em 2016, a Odebrecht passou por profunda transformação. Mudou sua forma de atuação e implantou controles internos mais rigorosos que reforçam o compromisso da empresa com a ética, a integridade e a transparência”, disse a empresa.
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