Mesmo após Salvador “acender a luz amarela” essa semana com o aumento de casos de coronavírus, como disse o prefeito ACM Neto, a capital baiana começa a desmobilizar os hospitais de campanha montados para tratamento dos pacientes com Covid-19. Conforme apurado pelo Metro1 com as secretarias de Saúde estadual e municipal, a capital baiana pretende fechar as unidades extras para o combate ao coronavírus até janeiro de 2021.
A prefeitura e governo disponibilizaram 326 leitos de UTI para pacientes com Covid-19 em seis hospitais de campanha: Arena Fonte Nova, Espanhol, Santa Clara, Itaigara Memorial, Wet'n Wild e Sagrada Família.
As três unidades administradas pela prefeitura já têm data para acabar. A tenda 1 do Wet'n Wild será desativada na próxima semana, dia 14. Lá tem 50 leitos de UTI e 40 leitos clínicos. “Vale destacar que a estrutura permanecerá erguida no caso de reutilização”, disse a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), Léo Prates. A tenda 2, que tem 20 leitos de UTI e 80 leitos clínicos, será desativada em janeiro de 2021, quando o contrato se encerra. O Itaigara Memorial, que possui 47 leitos de UTI, tem o contrato vigente até este sábado (10), mas a prefeitura busca a renovação do vínculo. Outro hospital de campanha foi instalado no Hospital Sagrada Família, com 40 leitos de UTI e 71 leitos clínicos, mas o contrato acaba dia 8 de novembro e não tem previsão de renovação.
Segundo a SMS, com a queda estabilizada do número de pacientes contaminados, a pasta deu início ao plano de desativação de leitos clínicos e de UTI exclusivos para tratar pessoas com a Covid-19 em unidades de saúde próprias ou contratualizadas. “O processo foi iniciado pelo Hospital Municipal de Salvador (HMS), onde 10 dos 20 leitos de terapia intensiva e 30 de enfermaria, implantados para cuidar dos infectados, já foram disponibilizados para outras demandas da unidade de saúde”, diz.
“Nosso objetivo é permitir que os leitos que estão dentro de hospitais que tiveram o perfil revertido para Covid, retornem ao perfil original de atendimento contemplando diversas outras doenças. Consideramos nesse processo a necessidade eminente de atendimentos voltados para as demandas geradas nas unidades de Pronto Atendimento e pelo sistema de regulação, que tem apontado a urgência para assistência de pacientes acometidos por patologias cardiológicas, neurológicas, oncológicas, vascular e renal, dentre outras. Por isso a desmobilização será iniciada nas estruturas hospitalares fixas aptas a dar suporte a estas demandas. Todas as medidas seguem sendo feitas de maneira conjunta entre epidemiologistas e sanitaristas tanto da Prefeitura quanto do governo do estado, bem como o Ministério Público”, explicou o secretário Leo Prates.
De acordo com SMS, “somente numa segunda etapa (e com a estabilização da pandemia) serão desmobilizados, gradativamente, os leitos dos hospitais de campanha montados exclusivamente para coronavírus”. “Tudo levará em consideração a tendência de declínio dos casos confirmados na cidade dentre outros fatores que serão monitorados como: taxa de ocupação de leitos clínicos e de UTI, e variação dos casos de óbitos”, aponta a pasta, apesar de os contratos estarem perto do fim de vigência.
“No total, a Prefeitura implantou desde o início da pandemia, 253 leitos intensivos e 271 clínicos, ultrapassando todas as metas previstas e o que foi fundamental para que nenhum paciente com o novo coronavírus deixasse de ser atendido, ao contrário do que aconteceu em outras cidades do mundo e do Brasil. Essa rede atendeu, inclusive, pacientes vindos do interior e de outros estados. O investimento total do município no enfrentamento à crise sanitária foi de R$ 412 milhões, boa parte no reforço à saúde”, completa.
‘Luz Amarela’ - No entanto, nesta semana, o prefeito de Salvador, ACM Neto, disse em coletiva que a cidade teve um aumento de 10% em casos de coronavírus em relação à última semana (27 de setembro a 3 de outubro). Hoje, em entrevista à Metrópole, Prates disse que o índice subiu e chegou a 15%.
“Serve apenas para acender a luz amarela, não a luz vermelha”, disse o gestor. E continua: “não é nada que deva nos assustar, mas nos coloca em observação”.
Governo – As unidades extras administradas pelo governo da Bahia acabam o prazo até este ano, mas todas também têm a vigência atribuída ao Estado de Emergência que ainda perdura. No entanto, nestes locais houve uma redução dos leitos ativos.
A Arena Fonte Nova, que possuía 100 leitos clínicos e 80 leitos de UTI, hoje possui 30 leitos clínicos e 50 leitos de UTI ativos, vai até novembro ou enquanto perdurar o Estado de Emergência, que é incerto e depende da decisão do governador Rui Costa. O Hospital Santa Clara, que tinha 50 leitos clínicos e nove leitos de UTI, hoje diminuiu drasticamente para 15 leitos clínicos.
Já o Hospital Espanhol continua com 80 leitos clínicos e 80 leitos de UTI, começou a operação no dia 1° de abril e tem contrato de 180 dias. O Hospital de Campanha Costa dos Coqueiros, localizado no Hotel Riverside, já teve seu contrato encerrado.
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