Uma pesquisa do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH, na sigla em alemão), descobriu que ambas as luas de Marte, Fobos e Deimos, são fragmentos do que já foi um dia um satélite marciano muito maior, destruído por uma grande colisão com um asteroide há cerca de 2,7 bilhões de anos. O estudo foi publicado recentemente na revista científica Nature Astronomy.
Para chegar a esta conclusão, dados sísmicos da missão InSight, da Nasa, a agência espacial norte-americana, foram inseridos em uma simulação de computador para determinar as órbitas históricas de ambas as luas e, posteriormente, combinados com medições feitas por outras sondas do planeta vermelho. Os dados mostraram que os satélites naturais teriam, em algum ponto, cruzado o caminho um do outro, o que leva os cientistas a crer que provavelmente vieram do mesmo lugar.
Parece um mistério simples de solucionar, mas na realidade, a origem de Fobos e Deimos intrigou os astrônomos durante décadas. Isso porque, além do fato de apresentarem características incomuns, tais como forma irregular no espaço — com planetas e luas se tornando redondos com o tempo devido às forças gravitacionais exercidas sobre eles —, os astros também se parecem os asteroides, apesar de suas órbitas não se encaixarem nessa teoria.
A partir dos dados coletados, os cientistas de Zurique, então, modelaram um fenômeno espacial conhecido como forças da maré, que determina que cada corpo celeste exerce alguma força sobre seus vizinhos, com base em elementos como proximidade, massa e composição dos objetos na equação.
As estimativas indicaram que as luas são feitas de um material extremamente poroso com densidade muito baixa — dados que continham a chave para permitir aos pesquisadores reconstituir a história dos satélites naturais do planeta vermelho e descobrir sua origem violenta.
As previsões históricas também foram usadas para calcular projeções futuras. Enquanto Fobos está se aproximando lentamente de Marte e provavelmente irá colidir com o planeta vermelho em menos de 40 milhões de anos, Deios está lentamente se afastando de Marte e um dia encontrará um fim semelhante ao da lua da Terra.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques
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