A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ) e outras 15 pessoas por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empreiteira Odebrecht. A denúncia foi divulgada em comunicado do Ministério Público Federal desta quarta-feira (24). Chinaglia e Cunha negam as acusações.
A denúncia, feita com base em delações e planilhas, é um desdobramento da Operação Lava Jato. Ele é assinada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras e narra de forma detalhada o esquema que envolveu o grupo Odebrecht para o pagamento de vantagens indevidas, em troca de apoio na Câmara dos Deputados para pautas de interesse da empresa.
Os crimes teriam ocorrido entre 2008 e 2014. Segundo a acusação, o deputado federal Arlindo Chinaglia solicitou vantagem indevida e recebeu promessa do executivo Marcelo Odebrecht de pagamento no valor total de R$ 10 milhões, por meio do então deputado federal Eduardo Cunha. O pagamento teria sido contrapartida a atuação em benefício dos interesses da empresa em questões relativas aos projetos hidrelétricos do Rio Madeira, no estado de Rondônia.
A denúncia aponta que Arlindo Chinaglia recebeu pelo acordo, em vantagens indevidas, R$ 8,7 milhões, em 36 pagamentos.
Segundo o MPF, para distanciar ainda mais o dinheiro derivado de crimes antecedentes praticados, a organização criminosa realizou operações financeiras por meio de pessoas físicas e jurídicas vinculadas direta e indiretamente ao grupo Odebrecht e ao beneficiário final dos valores, o deputado federal Arlindo Chinaglia.
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