A pressão pela saída do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, aumentou nos últimos dias na capital federal. Investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e na mira de parlamentares do centrão que buscam emplacar um nome na pasta, o general tem sua continuidade no governo ameaçada em meio aos recordes sucessivos de mortes por covid-19 no País.
Corre nos corredores do Planalto a notícia de que Pazuello pode pedir para deixar o cargo.
O R7 contatou a assessoria de imprensa da pasta, que não confirmou nem negou a informação, dizendo que prepara uma nota oficial sobre o tema.
O blog de Christina Lemos também contatou assessores diretos do ministro, que tampouco confirmam a possibilidade da demissão. Uma das alegações para o eventual afastamento do ministro seriam problemas de saúde. Pazuello, que teve Covid, estaria apresentando tosse e cansaço, mas mantém a agenda de trabalho. Determinou à assessoria que marque uma entrevista coletiva para esta segunda-feira, para tratar da situação de combate à pandemia no Acre e em Rondônia.
O militar especialista em logística seria substituído por alguém da área de saúde. A cardiologista Ludhmilla Abrahão Hajjar e o presidente da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), Marcelo Queiroga, seriam dois nomes cotados para o cargo.
Fonte ligada à Ludhmila confirmou à Record TV que ela terá uma conversa com o presidente Bolsonaro, mas não revelou a data.
No sábado à noite, o presidente da República, Jair Bolsonaro, se reuniu com ministros da ala militar do governo no Hotel de Trânsito de Oficiais do Exército, onde mora Pazuello.
Além do ministro da Saúde, participaram da conversa os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, Braga Netto, da Casa Civil, e Fernando Azevedo, da Defesa. Todos são generais do Exército da reserva, à exceção de Pazuello, que permanece no serviço ativo.
A reunião ocorreu de última hora e não constava na agenda do presidente e dos ministros. Eles deixaram o local sem dar declarações à imprensa.
Apesar de os ministros palacianos garantirem nos bastidores que o presidente apoia a permanência de Pazuello, aumenta a cada dia a pressão política pela troca.
Ele é alvo de investigações no STF pela crise no sistema de saúde e tem sido cada vez mais contestado no Congresso. Partidos, como o Progressistas, aliado com o Centrão a Bolsonaro, cobiçam emplacar um nome na pasta.
O governo trabalha para conseguir o mais rápido possível ampliar a quantidade de vacinas disponíveis para prevenção da covid-19, mas o País bate recordes de mortos e infectados a cada semana, ao passo que Pazuello tem sido obrigado a rever para baixo a previsão de vacinas disponíveis neste mês.
No sábado, o ministro manteve reunião com governadores do Nordeste - em sua maioria de oposição a Bolsonaro. Eles anunciaram a compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V contra a covid-19 e fizeram acordo com o governo federal para que as doses passem a ser consideradas parte do Plano Nacional de Imunização.
Um novo cronograma de entrega de imunizantes foi apresentado aos chefes dos executivos estaduais.
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