Por Ravi Gama
Diante de tantos acontecimentos e informações aceleradas a todo momento, talvez não estejamos percebendo a 4ª Revolução Industrial se aproximando. A verdade é que já estamos vivendo uma grande transformação física, biológica e digital e a tendência é que tudo isso cresça cada vez mais, impactando diretamente no mercado de trabalho, nos negócios e também nas nossas relações interpessoais.
Isso porque a 4ª Revolução Industrial basicamente se resume à nossa interação com a tecnologia de ponta, algo que já faz parte do nosso dia a dia. Atualmente, podemos ver um cenário tecnológico muito forte constituído por objetos controlados por voz, plataformas digitais, impressão 3D, energia limpa e renovável, robotização, bancos digitais, entre outros. E a expectativa é que, para os próximos anos, essas tecnologias se moldem ainda mais para atender as nossas necessidades e tornar as atividades rotineiras mais práticas.
Vejamos o veículo autônomo, por exemplo, que já é uma realidade no mundo e que nada mais é do que um carro que não precisa de motorista e que transita sozinho pelas ruas. Outro exemplo é a presença da inteligência artificial na nossa rotina com a utilização de assistentes virtuais e de voz, eletrodomésticos inteligentes (como a máquina de lavar 100% programável), mecanismos de segurança, remarketing etc. A internet 5G é outra tecnologia que já existe em muitos países e que promete revolucionar a internet nos próximos anos.
Além de todas essas mudanças, ainda há outra extremamente importante quando falamos sobre tecnologia, negócios e trabalho. Hoje, já podemos ver empregos sendo substituídos por robôs, levando à possibilidade ou extinção de algumas profissões e gerando dúvidas sobre como ficará o futuro do trabalho. A resposta é que a realidade atual tende a se intensificar, ou seja, os postos de trabalhos irão reduzir e os empregos vão se tornar cada vez mais autônomos e flexíveis. O trabalho à distância e o conceito de “anywhere office” (trabalhar de qualquer lugar) entrarão em alta nos próximos quatro anos, criando cargos que vão exigir mais criatividade, autocontrole e inovação por parte dos profissionais.
É importante lembrar que a pandemia teve um papel fundamental em todas essas transformações tecnológicas que já vêm ocorrendo, pois ela foi uma aceleradora da 4ª Revolução Industrial. Com a chegada da Covid-19 ao mundo e, consequentemente, o isolamento social, as pessoas foram obrigadas a desenvolver mais habilidades com as ferramentas de tecnologia, como o Zoom, Google Meet, WhatsApp e outras redes sociais. Junto a isso, também tiveram que se render ao mundo virtual fazendo compras, cursos e aulas on-line, sendo forçadas a mudar o seu comportamento para se adaptar a um novo contexto social.
Nesse último ano, com a pandemia no Brasil, também pudemos notar uma grande e necessária reorganização dos negócios. Vimos empresas que souberam inovar no modelo de negócio para se adaptar às mudanças e se deram muito bem, mesmo diante de uma crise. Como exemplo, temos as startups que se sobressaíram em 2020 no Brasil, recebendo bilhões de investimentos. O interesse por startups nesse período se deu, principalmente, à alta adaptabilidade desse modelo de negócio e a baixa burocracia em relação a grandes empresas.
Como podemos ver, o mundo está se transformando e demandando novas habilidades, mais praticidade, agilidade e otimização do tempo. Em paralelo a isso, uma revolução digital vem crescendo e se instaurando com o objetivo de criar ferramentas para suprir essas novas necessidades. Isso significa que, conforme a sociedade se modifica, o homem impulsiona a tecnologia para que ela também se modifique e acompanhe as mudanças. Até 2025, temos a certeza de que estaremos vivendo em um mundo revolucionário, com menos contato físico e muito mais tecnológico e virtual.
Ravi Gama é Managing Director da aceleradora de startups InovaHub, fundador de três empresas nos segmentos de Administração, RH e Private Equity, co-fundador da 2Find e especialista em Gestão, Inovação, Investimentos e Tecnologia.
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