O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou nesta quinta-feira (6), na CPI da Covid, do Senado, posicionar-se sobre temas polêmicos envolvendo a atuação do governo e do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid-19.
Pressionado sobre a ideia de um possível decreto contra as medidas de restrição de circulação impostas por estados e municípios, ideia ventilada por Bolsonaro na quarta-feira (5), o ministro afirmou que a proposta não é sua e que trabalhará para evitar medidas extremas. "Nós vamos trabalhar para evitar medidas extremas como essas, de fechamento das cidades', limitou-se a dizer.
Em diversos momentos de seu depoimento, Queiroga afirmou que "fazer juízo de valor acerca do que o presidente fala não é competência do ministro da Saúde". Ele se manifestou nesse sentido quando questionado sobre se as falas do presidente teriam impacto negativo sobre a vacinação.
Outra tema que foi colocado à Queiroga nesta quinta foi o a recusa pelo governo federal da compra de 70 milhões de doses de vacinas da Pfizer após oferta do laboratório em agosto do ano passado. O ministro afirmou que está no cargo há 40 dias e que não tem como avaliar se houve erro na condução do tema. A previsão do laboratório era iniciar a entrega das primeiras doses já em dezembro. Como a compra não foi efetivada no ano passado, as primeiras remessas só chegaram no final de abril.
Queiroga também evitou apontar falhas na gestão de Eduardo Pazuello. Segundo o atual ministro, ele encontrou o sistema de logística montado adequadamente, o que permitiu a entrega com agilidade dos kits intubação e das vacinas. Também desconversou ao falar sobre a entrega de testes em gestões anteriores.
O atual ministro afirmou ainda que a culpa do excesso de número de mortos por covid-19 ocorreu por falta de fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde).
Queiroga afirmou que todos os países do mundo estão sofrendo para enfrentar a pandemia. E citou que o sistema de saúde inglês e italiano tiveram muita dificuldade para enfrentar o novo coronavírus. Neste momento, ele foi cortado pelo relator da CPI, Renan Calheiros: "Não dá para comparar, porque nenhum desses países tratou a doença como gripezinha."
O ministo citou que mais de 77 milhões de vacinas já foram distribuídas para o país, o que coloca o Brasil na quinta posição mundial entre os que mais imunizam sua população.
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