De um lado do portão do Colégio Estadual Professora Noêmia Rego, em Valeria, está grafitado um campo de girassóis. Do outro lado, dentro do colégio, estão retratadas as casas do bairro, asas e um chapéu de formatura, representando a esperança dos alunos de terminarem o ensino médio normal ou profissionalizante em um futuro próximo, repleto de liberdade, oportunidade e prosperidade. O grafite faz parte do projeto Cultura da Paz na Escola, desenvolvido pela direção da unidade, em parceria com artistas, moradores e instituições colaboradoras.
As estudantes Maria Eduarda dos Santos, 11 anos, e Vitória Souza, 13, fizeram fotos e selfies nos grafites e vão colocar no Instagram. Elas garantem: a escola agora está mais atrativa. “Dá vontade de estar no colégio todo dia, toda hora. É bom estudar, sempre é bom. Ainda com essas pinturas, a gente fica com mais criatividade para fazer as atividades”, comentou Vitória. Maria Eduarda concorda: “Fica mais bonito, alegre e até divertido. A escola está mais animada. Os alunos estão com mais vontade de vir. E também essa reforma foi bem legal”.
Um dos voluntários que participam do projeto é o artista gráfico Thito Lima, do Coletivo Balanço da Lata Brasil. Ele ensina pintura e grafite para os estudantes. “A palavra grafite vem do latim e significa escrever. Então, os estudantes aprendem a escrever pelo grafite e vão poder se interessar por pintura, por escrita, por publicidade, por comunicação. Eles vão ter também aulas de cidadania, que é importante, sobre a questão da preservação do patrimônio, de etnia e de equidade”, destaca.
A iniciativa tem a adesão em massa dos alunos. Para Nenias da Cruz, 15, que faz a oitava série na unidade, “este projeto surgiu para mostrar que a paz deve ser o cotidiano na nossa vida. Pelo projeto, os alunos tiveram a oportunidade de demonstrar o que é a paz em um colégio, o que é a paz em um bairro”.
O diretor da escola, Edson Lima, informa que o projeto surgiu em agosto, após o portão onde hoje estão grafitados os girassóis, as asas e o chapéu de formatura amanhecer com marcas de tiros. “A gente quer que a escola seja um lugar de acolhimento, da comunidade em geral ser feliz. Então, a gente partiu para a ideia do grafite, através do girassol e das asas simbolizando a paz. Este projeto é contínuo. Ele não tem data para acabar, trabalhando com os alunos de turno oposto e também aquele que estiver, porventura, sem aula no momento. Além do grafite, a gente também vai ter oficina de dança, música e tudo o que for expressão artística, visando sempre à cultura da paz na escola”.
Repórter: Raul Rodrigues
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