A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em parceria com a ONG Rede Viva Mar Vivo, iniciou neste sábado (27) o monitoramento e coleta de resíduos sólidos em três praias de Salvador, com o intuito de levantar as condições atuais do ambiente marinho. A ação ocorreu na praia de Canta Galo, no bairro da Calçada, e continua no próximo fim de semana, nas praias de Amaralina (04/12) e Jaguaribe (05/12).
Após essas atividades, será elaborado um diagnóstico da situação de cada praia, com informações sobre os resíduos coletados, perfis dos frequentadores e entrevistas com os locais para entender o ciclo do lixo na praia e possíveis indicações de melhorias para educação ambiental e resolução de conflitos.
“Uma das motivações do diagnóstico é gerar reflexão entre os banhistas e comerciantes sobre a importância da sociedade se responsabilizar pelo lixo que produz. A ausência de lixeiras públicas nas praias não pode ser uma justificativa para o descarte inadequado do resíduo. Se somos capazes de trazer os resíduos, temos que ter a obrigação de retirá-los e despejá-los em locais adequados. A questão dos resíduos nas praias é responsabilidade do município pela coleta e limpeza urbana, então vamos fazer esse diálogo com o município para ter uma repercussão positiva a partir desse diagnóstico”, afirmou o superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Tiago Porto.
O diretor da ONG Redemar, William Freitas, disse que “uma particularidade observada na praia do Canta Galo é que sua faixa de areia é muito curta, e quando a maré sobe o mar chega até a balaustrada, arrastando todos os resíduos sólidos deixados pelos frequentadores para o fundo do mar. A presença de comércio muito perto da faixa de areia também interfere na dinâmica da praia, aumentando o acúmulo de lixo. A pesca com rede de espera e uso de bomba, além da praia estar perto do terminal marítimo, são outros fatores que também geram conflito no ambiente marinho”.
Já o especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Sema, Rosalvo Junior, ressaltou a importância dessas ações nas praias de Salvador. “Além do levantamento dos dados e informações sobre como está a questão dos resíduos nas praias, esse é um processo de mobilização da sociedade, por intermédio da educação ambiental, no sentido de informar a sociedade de que a praia não é um local que você pode jogar lixo. Uma das formas que o Estado pode ajudar nesse trabalho é com a mobilização e implementação do planejamento das praias, seja no apoio na elaboração dos planos municipais de gerenciamento costeiro ou na execução da Política Estadual de Resíduos Sólidos”.
O diretor da ONG Redemar destacou ainda que é preciso pensar o uso das praias analisando os múltiplos usos, seja no aspecto dos banhistas, do comércio, dos pescadores, das atividades marítimas. “A economia da cidade gira em torno das praias, então quanto mais as praias estão saudáveis, mas a economia se desenvolve. Mas, para que a praia esteja saudável é preciso responsabilidade da sociedade. Se as praias não tiverem com um serviço bem-apresentado para os frequentadores e com condições de uso positivo, isso vai afetar diretamente a economia da cidade”, finalizou William.
Fonte: Ascom/Sema
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