Nesta quinta-feira (16), as estudantes do Colégio Estadual Pinto de Aguiar, em Mussurunga, na capital, foram beneficiadas com a entrega de absorventes higiênicos, pelo Programa Dignidade Menstrual, do Governo do Estado, que tem como finalidade distribuir, mensalmente, um pacote de absorvente descartável para meninas que já estão na fase menstrual. O programa também contempla uma série de iniciativas que abordam o tema, pedagogicamente, nas escolas estaduais.
Na ocasião, uma palestra sobre o assunto também foi realizada para as estudantes. “Falar sobre dignidade menstrual não pode ser um tabu. Nós, mulheres, precisamos nos conhecer, e a escola serve para fazer a ponte para o conhecimento científico, fisiológico e também financeiro, porque esse projeto, além das meninas terem acesso à informação, elas passam também a ter acesso ao material higiênico, o que vai impactar na condição financeira e no autocuidado”, explicou Ana Paula, diretora da instituição.
Estudante do Colégio Pinto de Aguiar, Naomi Santana, 15 anos, destacou a importância da discussão sobre o tema nas escolas. “Muitas meninas não têm acesso a esses absorventes, não têm acesso aos cuidados que devemos ter nesse período. Com essa iniciativa, nós vamos receber, além dos absorventes, informações para nos aprofundarmos ainda mais sobre a saúde da mulher e assim quebrarmos o tabu de falar sobre o assunto”.
O Programa desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), iniciou a distribuição dos produtos higiênicos no dia 22 de novembro de 2021, com a meta de beneficiar mais de 226 mil estudantes regularmente matriculadas na rede estadual de ensino e em situação de pobreza ou extrema pobreza, na faixa etária de 11 a 45 anos.
Outras ações
A SEC já fomenta ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e situações de agravos à saúde, nas unidades escolares, através da temática transversal Educação para a Saúde – Saúde na Escola, constituindo-se este como um dos temas integradores do Documento Curricular Referencial da Bahia. Diversos materiais didáticos também estão disponíveis no Portal da Educação. Dentre eles, está a Cartilha Educativa sobre Saúde Menstrual, que explica o que é a menstruação e quais as mudanças que provoca no organismo, bem como o papel da escola e da família na adolescência, fase marcada por grandes transformações corporais, hormonais, comportamentais e sociais, colaborando para desmistificar tabus pautados ao tema, que, muitas vezes, contribuem para a ausência da adolescente na unidade de ensino, no período menstrual.
De acordo com a técnica pedagógica da SEC, Bruna Menezes, a pobreza menstrual pode afetar, inclusive, o desenvolvimento educacional por conta da frequência reduzida nestes períodos. “Cerca de 90% das meninas que menstruam passam de 3 até 7 anos no ambiente escolar. A gente sabe que as pessoas que enfrentam o problema da pobreza menstrual têm suas vidas impactadas também no processo de aprendizagem, por isso, o programa faz essa interação entre a escola e a estudante para que todos entendam a dimensão desse momento”.
Repórter: Leiliane Fláu
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